Publicidade: Plágio, Coincidência ou Referência

12 02 2009

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plagio16

Um assunto polêmico que é alvo de discussão e ainda tem muito pano para as mangas.

– Talvez o maior fantasma de um publicitário seja ver uma criação sua reproduzida por outra agência ou então ser vítima porque não de um insight, como por exemplo, criar algo que já foi feito antes mesmo sem saber.

Esta propaganda com esta aqui.

– Sempre existirão pessoas que conseguirão ter uma mesma percepção, um mesmo feeling sobre um mesmo tema.

Esta propaganda com esta aqui.

– Há também o plágio descarado, mas como saber quando houve cópia de idéia ou não passa de mera coincidência?

Esta propaganda com esta aqui.

– Estaria a publicidade em apuros com o advento de redes de colaboração social, como blogs? Estaria a publicidade sofrendo, de fato, uma crise criativa?

Esta propaganda com esta aqui.

– Por ter a obrigação de ser criativo e de superar a si mesmo que o publicitário tem uma carga de pesquisa alta. O criativo deve ter entre os seus afazeres diários um tempo para ler anuários, ir a exposições de arte, assistir aos filmes que não passam no cinema popular, ouvir aquelas bandas que não tocam no rádio, etc.

Esta propaganda com esta aqui.

– A busca por referências do criativo não mudou. Ele ainda corre atrás de arte, moda, tendência, cultura e outras manifestações.

Esta propaganda com esta aqui.

– O que é possível ver em dias atuais é o aumento do acesso às informações que antes só circulavam dentro das agências. Que tal pegar aquela idéia boa criada numa agência em Dubai e adaptá-la? Nos anos 80 poderia funcionar. Hoje é um tiro no pé, já que algum blogueiro levantaria em alguns minutos a comparação.

Esta propaganda com esta e com esta aqui também

– Hoje, qualquer um faz um vídeo que pode destruir uma marca ou escrever um texto que contesta todo o discurso de determinada campanha e as pessoas irão ler. A informação está a um click no Google.

– Peças mal formuladas e referências perdidas sempre existiram no mundo da publicidade, em quantidades maiores do que os bons exemplos. É necessário que os profissionais das agências entendam que antigamente, quando alguém flagrava algo assim, nada acontecia. Hoje, a pessoa não só escancara o problema detectado como também incentiva os outros a opinarem e espalharem a descoberta do “furto” criativo.

– O que é referência, o que é cópia, e o que é pegar uma idéia de um consumidor e assinar com a marca? É feio? É bonito? Vale?

Viram as comparações ?


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8 responses

12 02 2009
Renata

segundo meu professor a gente tem que ser delicado e chamar o plágio de “excesso de referencia” haioehaioehaioehaioe

13 02 2009
Anderson Lima

Vale. Vale tudo!

Tem muito conceito e argumento em jogo, e é sempre complicado opinar sobre plágio, referência e cópia mesmo. Primeiro, eu acho que cada coisa tem um significado, que tem a ver com a “maldade” do ato em si. A referência vem da nossa pobreza humana, em usar como trampolim a idéia original de alguém, pra impulsionar nossa criatividade. O plágio vem da pobreza de espírito de achar que é melhor usar uma idéia pronta que se esforçar pra criar uma nova. E a cópia é puro descaramento mesmo.

Mas aí, não dá pra ser assim, preto no branco, sempre. Se essas fossem as únicas razões pra isso tudo acontecer, nem estaríamos discutindo isso. Não dá pra ignorar o cliente que teima em querer a mesma idéia que viu em Miami, de férias com a família; nem o criativo que copia na surdina, sem o conhecimento do diretor de criação; nem a agência que tem esse costume por posicionamento mesmo, por querer tocar o negócio sem muita preocupação em montar uma equipe de criação decente. Tudo isso interfere muito. E eu já vi de perto tudo isso acontecendo, nos trocentos lugares em que já trampei.

Minha opinião sempre foi tão radical, quanto a isso, que chegava a ser meio imbecil. Era falta de experiência, na certa. Queimei as pestanas por anos e anos, criando todo dia uma peça “nova”. Mas essa novidade é muito discutível. E as milhões de peças que eu não conheço? E as fotos “free” que usei para montar meus trabalhos? Não fui eu que fotografei, e usei, me achei criativo. E a idéia que eu tirei de um filme, um livro, de uma situação real? Comecei a pensar que tudo é plágio, a diferença é que tem gente que esconde mais, outras menos. E claro, também existem os gênios, que depois de mais de três mil anos de cultura, conseguem criar alguma coisa nova.

Hoje plágio é coisa que não ocupa meu pensamento. Porque gosto de criar, usando ou não usando referência. Como diz um grande blogueiro, “pensar, enlouquece”, então não penso muito mais sobre isso, não me cobro. No mundo em que tudo é conectado, visto, revisitado e sampleado, discutir autoria é inútil. Crio, simplesmente. Quando vejo algo parecido com o que fiz, acho bacana. Como criei com sinceridade, penso que sou tão bom, ou tão ruim quanto aquela pessoa que criou aquilo. Não demora e ninguém vai poder dizer mais “fui eu quem fez isso”. Talvez esse dia até já tenha chegado e a gente não notou, porque nossa mente está presa no século passado.

Talvez o mais importante seja a arte, a criação e o lúdico existirem. Somos apenas ferramentas de veiculação de idéias.

Só a turma nova vai responder a esse monte de questões, na prática.

17 02 2009
Igor

Muito bem dito Canisso, assino embaixo!

16 03 2009
Karla

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk, passou tanto tempo queimando as pestanas , né?! Queimou tanto que plagiou a campanha da Unimed! Quer dizer, na campanha da Unimed BH eram 700 mil clientes. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Vejam lá no site da agência que criou a brilhante campnha da Núcleo Zero: http://www.lapisraro.com.br e vejam o material impresso da Unimed BH. Êta cidadezinha viu essa!

16 03 2009
Karla

Será que o Lucas é a mais nova contratação da Núcleo Zero? Ou será que fizeram uma junção e a agora terá: A Hoje agora é Núcleo Zero.

18 03 2009
Anderson Lima

Pois é gente. Infelizmente, vimos a peça, pois o boato chegou até aqui. Acontece: 100 mil clientes, 100 mil histórias. Não devemos ser a única agência a usar essa idéia, nessa galáxia. Não é um conceito difícil de chegar, nem é genial. Mas é o que a Unimed precisava dizer a seus 100 mil clientes: que apesar de existir esse grande número, quem optar pela Unimed ainda será visto como uma pessoa.

Publicidade não é só idéia bacaninha com o produto assinando pequeno no canto da peça. Publicidade é comunicação.

Como falei no post anterior, isso não nos tira mais o sono. Tivemos a idéia, mesmo sendo a mesma, na mesa de reunião, com o cliente. Ralamos mais de um mês buscando fazer o melhor trabalho possível, levando ao ar dois vídeos que nos custaram muito esforço e algumas noites de sono. E não serão 2 ou três impressos da ótima Lápis Raro que farão nossa campanha ser menor ou pior. Pelo contrário: assim vemos que estamos num caminho interessante, escolhido por pessoas que trabalham em um mercado maior, cuidando de contas maiores. E até acho que a nossa campanha levou esse conceito mais adiante.

Continuamos acreditando que o caminho mais bacana é criar coisas novas. Para bons clientes, como a Unimed. Quem quiser trazer seus clientes, venha comprovar aqui na agência que isso não é só papo furado, que é muita vontade mesmo de fazer uma agência diferente.

Agora, da próxima, ajuda a gente: mandem para meu e-mail a tal “chupada”, ao invés de espalhar no mercado que estamos copiando outra agência. É bem mais legal que querer queimar uma turma que trabalha muito por um mercado melhor, só por queimar. A gente promete que não faz macumba nem posta coisa feia no blog dos outros, por vingança.

Abraço!

18 03 2009
Anderson Lima

Ah! E a gente nem conhece o Lucas. Deixa o cara ser feliz, po! Nunca vi ninguém aqui criticando as agências que não pagam hora extra, o sindicato que nunca existiu, os salários da criação que mais parecem o da recepcionista, a ABAP que faz vista grossa para os acordões do mercado e tantas outras coisas que fazem nossa profissão ser pior. Se todo mal do mercado fosse o companheiro Lucas eu já tinha arrumado uma vaga para ele no Japão.

Acho uma boa pedida para o blog, a enquete: o que faz o mercado de Maceió ser como é?

13 06 2011
O que é Plágio? « Biscoitos Sortidos

[…] Publicidade: Plágio, Coincidência ou Referência [by Ciclo de Propaganda] ou Plágio na publicidade? Ou simplesmente Coincidência? [by Brogui] (Perceba a ironia… pesquisando exemplos de propagandas semelhantes, achei o mesmo post em dois blogs. Nenhum deles dá o outro como fonte, mas os exemplos são exatamente os mesmos… Mas aqui é fácil saber qual o original. A postagem do Brogui é de 2007, no entanto o conteúdo do Ciclo, de 2009, também é interessante.) […]

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